Dr. Alexandre Mendonça Munhoz - Cirurgia Oncoplástica - Reconstrução Mamária - Reconstrução da Mama - Oncoplastic Surgery - Breast Reconstruction |
Com o tema "Advances Over a Quarter Century of Breast Surgery" pode-se concluir a temática principal do encontro e as palestras relacionadas no programa científico. Desta forma não poderia deixar de comentar retalhos microcirúrgicos (TRAM livre, DIEP, SIEA etc...), cirurgia oncoplástica, radioterapia e suas implicações, gordura e enxerto, mastopexia c/ ou s/ implantes..., enfim uma série de temas que nada mais representam o que foi nos últimos 25 anos de cirurgia estética e reparadora da mama.
Coordenado pelos Drs.Franklyn Elliot, James Namnoum e Mark Codner, todos cirurgiões plásticos de Atlanta, o evento teve a participação de grande parte de cirurgiões plásticos americanos, exceto pela presença do grupo de São Paulo (Alexandre Mendonça Munhoz) e os Drs. Axel Feller da Alemanha, Emmanuel Delay da França e Mitchell Brown do Canadá.
Dr. Alexandre Mendonça Munhoz - Cirurgia Oncoplástica - Reconstrução Mamária - Reconstrução da Mama - Oncoplastic Surgery - Breast Reconstruction |
J. Namnoum, M.D. |
Dr. Alexandre Mendonça Munhoz - Simpósio de Cirurgia Mama Atlanta, Cirurgia Oncoplástica - Reconstrução Mamária - Reconstrução da Mama - Oncoplastic Surgery - Breast Reconstruction |
Franklin Elliot, M.D. |
No último dia do Simpósio houve a oportunidade de discutir em um painel com outros colegas a cirurgia oncoplástica e alguns aspectos relevantes no planejamento, técnicas principais e radioterapia. Coordenado pelo brilhante Albert Losken, do Emory Hospital e grande entusiasta da oncoplástica nos EUA, houve a participação do Grant Carlson de Atlanta e um dos pioneiros nas cirurgias com preservação de pele e reconstrução imediata na década de 80. Diferente dos eventos precedentes, pela primeira vez colocou-se uma mesa redonda de cirurgia oncoplástica abordando a reconstrução da mama pós cirurgia conservadora / quadrantectomias e setorectomias. Na mesa redonda o Prof. Luiz Vasconez de Birmingham estado do Alabama mostrou sua experiência no tratamento de grandes complicações pós reconstruções mamárias sem sucesso. O Prof.Vasconez tem mias de 130 trabalhos publicados e indexados pelo Pubmed sendo quase que 30 relacionados exclusivamente com cirurgia da mama. Na década de 70, e em conjunto com John Bostwick 3rd., foi um dos primeiros a publicar sobre a reconstrução da mama pós cirurgia radical utilizando a técnica do retalho do músculo grande dorsal.
Axel Feller, M.D. |
Ademais, Axel foi um dos grandes responsáveis pelo início da reconstrução da mama na Alemanha e diferente dos outros colegas apresenta uma formação em cirurgia oncológica e plástica, fato este que optimiza os resultados e enaltece o conceito maior da cirurgia oncoplástica moderna. Apresenta atualmente uma das maiores casuísticas em reconstrução imediata da mama com retalhos microcirúrgicos, entre estes a reconstrução com retalho DIEP livre.
Dr. Alexandre Mendonça Munhoz - Cirurgia Oncoplástica - Reconstrução Mamária - Reconstrução da Mama - Oncoplastic Surgery - Breast Reconstruction |
Nesta mesma mesa participaram ainda Philip Israel de Atlanta que abordou alguns aspectos da reconstrução parcial da mama e a radioterapia com seus efeitos positivos e negativos. Representando o Brasil, Dr.Alexandre Mendonça Munhoz mostrou a experiência na utilização das técnicas de deslocamento de volume glandular para a reconstrução imediata pós cirurgia conservadora. Entre as técnicas principais abordadas merece destaque os procedimentos de mamoplastia/mastopexia, o emprego de retalhos glandulares locais e os retalhos perfurantes intra-mamários, tendo este último um maior desenvolvimento nos últimos anos pelo maior conhecimento da anatomia vascular da região torácica lateral.
Segundo Dr.Munhoz, as técnicas de mamoplastias e mastopexia se enquadram em um grande grupo conceitual de procedimentos cirúrgicos que é denominado de técnicas de deslocamento de volume ou em inglês "volume displacement techniques". Entre as principais técnicas podemos citar os retalhos glandulares de avanço simples, aproximação ou rotação. As técnicas mais elaboradas de avanços glandulares como a técnica "asa de morcego" ou "bat-wing" muito empregada por mastologistas nos EUA e as técnicas de cirurgia estética da mama como mamoplastias redutoras e mastopexias.
Em relação as técnicas de mastopexia, os principais benefícios estão relacionados a correção da ptose mamária e por consequência o maior benefício estético quando comparado aos retalhos glandulares convencionais. De maneira geral o tempo cirúrgico é relativamente curto e o pós-operatório semelhante a uma cirurgia conservadora isolada sem técnicas de reconstrução. Todavia, a técnica de mastopexia é indicada para defeitos cutâneo-glandulares pequenos/moderados e envolvem algum grau de deslocamento do sítio tumoral original. Ademais, há a necessidade de treinamento prévio com técnicas de cirurgia plástica mamária e manipulação de pedículos cutâneo-glandulares.
Todavia, o maior fator indicador ou mesmo limitante para o emprego das técnicas de mastopexia como procedimento para a reconstrução pós cirurgia conservadora da mama, está relacionado na proporção volumétrica entre o volume mamário remanescente e a dimensão da ressecção cutânea-glandular. Desta forma, tumores pequenos em mamas mais volumosas existe uma maior flexibilidade na indicação das técnicas de deslocamento glandular e, sobretudo de mastopexia. Por outro lado, em mamas de menor volume e com tumores maiores, há grande limitação na aplicação destes procedimentos. Nesta situação há a necessidade de se ponderar na incidação das técnicas de reposição de volume ou "volume replacement techniques" como os retalhos locais. Neste sentido, é fundamental na programação da reconstrução oncoplástica da cirurgia conservadora, a avaliação da relação VOLUME MAMÁRIO REMANESCENTE x VOLUME DE RESSECÇÃO TUMORAL.
É fato que a radioterapia pode influenciar no resultado estético final e alterar o resultado da reconstrução em termos de volume e simetria. Desta forma, nas reconstruções tardia poder-se-ia esperar uma maior previsibilidade de resultado uma vez que os efeitos da radioterapia já se manifestaram localmente. Apesar da lógica neste pensamento, a afirmação não é compartilhada pela maioria dos estudos sobre o tema. Sabe-se que as reconstruções tardias apresentam uma maior dificuldade técnica na manipulação de tecidos previamente irradiados e com certo grau de fibrose. Ademais, a experiência mostra que a incidência de complicações é maior no grupo tardio que no imediato.
Dr. Alexandre Mendonça Munhoz - Cirurgia Oncoplástica - Reconstrução Mamária - Reconstrução da Mama - Oncoplastic Surgery - Breast Reconstruction - Franklin Elliot, Axel Feller, Alexandre Munhoz e Patrick Maxwell. |
Entre as técnicas habitualmente empregadas no que tange o remodelamento mamário, merece destaque as mamoplastias baseadas no pedículo inferior com ou sem a utilização do CAP. De fato, por meio da preservação dos vasos perfurantes do 5o. e 6o. espaço intercostal na região mediana da mama consegue-se moldar um retalho de polo inferior que avança para a região central da mama. Nas situações onde consegue-se preservar o complexo aréolo-papilar (CAP), utilizamos a técnica convencional de pedículo-inferior habitualmente empregada em reduções estéticas. No quadrante central clássico, com retirada da aréola e da papila, empregamos uma ilha de pele de diametro semelhante e localizada no polo inferior da mama. Com o princípio do retalho "plug" esse tecido é avançado para o quadrante central e em um 2o. tempo cirúrgico, e após a radioterapia, realiza-se a reconstrução da aréola e papila.
Como vantagens no emprego mamaplastia podemos citar o melhor resultado estético advindo da redução e reposicionamento da mama, o menor índice de complicações cutâneas advinda da radioterapia pós-operatória, a maior simetria decorrente da redução da mama contra-lateral e a maior extensão da margem cirúrgica. Como desvantagens há a alteração do sítio tumoral original e a presença de maior cicatriz intramamária, fato este relevante no seguimento pós-operatório.
Apesar das limitações secundárias à maior manipulação do sítio tumoral, as diferentes casuísticas clínicas apresentadas até o presente momento demonstraram resultados oncológicos favoráveis e seguros quanto à sobrevida e a recidiva local. Todavia, a maioria dos estudos são baseados em séries iniciais, retrospectivas e empregando diferentes técnicas por distintos cirurgiões. Desta forma, estudos prospectivos e controlados são necessários para avaliar a segurança da mamaplastia como técnica de reconstrução e sua real interferência no tratamento adjuvante e seguimento após a cirurgia conservadora.
Um comentário:
Recently increased originating from obscurity which will pops up nation’s polls along with Romney.
Postar um comentário